Marcela Serrano, uma das maiores escritoras chilenas da atualidade, envolve o leitor na vida de quatro mulheres que protagonizam este romance emocionante. Em uma casa à beira de um lago, elas contam suas histórias de vida, permeadas pela experiência socialista vivida com Allende e o golpe militar de 1973. Em Nós que nos amávamos tanto, Serrano, autora de Nossa Senhora da Solidão, resgata a história que foi tradicionalmente negada e suprimida durante a ditadura militar chilena, concedendo a essas mulheres a possibilidade de desconstruí-la e recontá-la.
Quatro mulheres militantes de esquerda que ambicionam um mundo melhor, que viveram na pele o exílio, os longos meses longe do Chile, e a aridez da repressão política; e nesse mundo amaram, pariram seus filhos e construíram suas carreiras, equilibrando-se sempre na tênue linha que separa a felicidade da tristeza, o medo da coragem, a dor da insensibilidade.
Nós que nos amávamos tanto é um livro sobre mulheres escrito sob o peso de um passado político tumultuoso; entretanto, mais do que isso, é também um livro sobre vida e as certezas que ela nos deixa. Exagerado, às vezes, delicado na página seguinte, este livro é leve e fluido, mas não perdoa e não esconde os problemas que habitam sob a pele da mulher deste nosso tempo. O marido de uma das personagens a trai, o de outra jamais existiu. Uma experimentou o amor homossexual, a outra criou cinco filhos.
Ficção / Literatura Estrangeira / Romance