O Amante Absoluto

Como pôde uma sociedade que gozava de tanta harmonia, como a indiana do século XV, ser destruída pela simples chegada de 100 portugueses conduzidos por Vasco da Gama? Essa dúvida motivou Jean-Claude Lattès e Eric Deschot a se debruçarem sobre a história da Índia e sua cultura. O resultado é O AMANTE ABSOLUTO, um romance sedutor e inovador sobre uma das tragédias da História — a presença portuguesa na Índia, a partir do ponto de vista do hindu — e vencedor do prêmio francês Roman Historique, edição 2000.



Estamos em 1498, às margens do mar de Omã. Na Índia, povos de diversas crenças convivem pacificamente: os indianos, com suas 33.333 divindades, católicos, judeus e muçulmanos. A harmonia milenar desta sociedade próspera, tolerante e requintada fica comprometida no dia em que o rei cai em depressão após ser abandonado por Shobita, a dançarina sagrada. E é aniquilada quando o navegante português Vasco da Gama pisa em solo indiano — um elefante numa loja de cristais.



Em O AMANTE ABSOLUTO, a imaginação poética dos autores e a exatidão documental se unem com delicadeza, dando a palavra aos vencidos. Nesse relato, narrado através das reminiscências de um escriba, há um carrossel de imagens e miragens: dançarinas, deuses, reis, piratas, escravos, elefantes, serpentes encantadas, vacas sagradas, rubis e punhais. Conspirações, brigas de rua, execuções capitais, intrigas amorosas e diálogos saborosos numa narrativa trajada com o melhor que o gênero picaresco pode oferecer.



Jean-Claude Lattès e Eric Deschot são dois apaixonados pela cultura hindu. O primeiro é jornalista e, após ter fundado a editora que leva seu nome, foi durante 10 anos diretor do grupo editorial Hachette. Eric Deschodt escreve para jornais de prestígio na França, como Le Figaro e Le Nouvel Observateur. É autor das biografias de Saint-Exupéry e André Guide. O AMANTE ABSOLUTO foi escrito pela dupla ao longo de três anos, entre idas e vindas à Índia.