Você poria a mão no fogo por você mesmo?
Você tem suas ações sob domínio amplo e irrestrito da razão?
Você tem livre-arbitrio?
Você é senhor dos seus atos?
Você tem consiência limpa e alma leve para jurar de pés juntos sobre a retidão da sua vida?
Cid Kaaplan achava que sim.
Até que chegou O Julgamento.
"Em "O Conselho - O Julgamento", Rui Werneck de Capistrano chega à perfeição do champanhe seco.
Como tal, não faz absolutamente nenhuma concessão. Seu texto, maduro, conciso, mais do que enxuto, não dá margem a qualquer interesse lúdico.
Prazer estético de quem lê? NEM PENSAR! Quem passar os olhos que se apaixone.
Ademais, foda-se.
Werneck chegou ao nirvana do autor: não tem compromisso de agradar ninguém. Ótimo.
"O Conselho..." é um vômito de sua alma. Cid Kaaplan e Carlos Pureté são personagens reais. [...]
"O Conselho" de Werneck contém o vazio do real aí fora. Não navega em nenhum niverso conhecido, mas é universal por excelência. Chato, árido, não tem importância.
O talento fo autor aparece em rápidas pinceladas, aqui e ali. O suficiente.
Ao ler "O Conselho..." tive vontade de reescrevê-lo mais de dez vezes. No fim, me dei conta de que este é o princípio da boa arte.
Em "O Conselho.." Werneck está muito próximo de sua obra-prima."
Éverton Capri Freire (Bloomberg Television - NY)