(...) Na verdade a sua vérsica, ao contrário do que tem ocorrido com a generalidade dos poetas do nosso pós-modernismo, mantém uma gama de valores e, sobretudo, uma urdidura formal - fazemos alusão à forma externa, principalmente - que lhe asseguram uma autenticidade tal, e de tamanha frequência e objetividade, que nos leva à imediata identificação da autoria do texto.
Para tanto, o poeta incursiona pelo universo onírico ou misterioso, como que dissimulando as barreiras ou contrafortes do sonho, e utiliza uma linguagem deliberadamente discursiva, tida, de um modo geral, como inábil para veículo do clima e enleio da intuição criadora (...).
Audálio Alves