O Mundo 20 Anos Após A Queda Do Muro

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O Mundo 20 Anos Após A Queda Do Muro





Durante as festividades pelo início do ano de 1989, o mundo vivia a Guerra Fria. Os Estados Unidos da América e a União Soviética eram os dois principais pólos de poder e destes emanavam as normas que ditavam o conteúdo das políticas nas relações internacionais. Nos primeiros dias de 1989, o mundo ainda era dividido por ideias e práticas rivais de organização social. As discussões políticas eram povoadas por um vocabulário de antagonismos. Erase preto ou branco, nunca cinza. As escolhas possíveis dependiam da localização do país dentro da lógica de sistemas periféricos, manobras diferentes não eram bem vistas.

Ao longo deste ano, acontecimentos fundamentais alteraram o mapa político mundial. Por toda Europa do leste os ventos de liberdade voltaram a soprar e, mais rápido do que se poderia imaginar, antigos líderes socialistas, como Honecker (RDA) e Ceausescu (Romênia) foram substituídos por Václav Havel (Tchecoeslováquia) e Lech Walesa (Polônia), políticos democratas mais jovens. As transformações vultuosas culminaram com as manifestações do dia 9 de novembro de 1989, quando uma multidão dos dois lados de Berlim derrubou o muro que as dividia. Este feito representou o início do processo de reunificação nacional e um passo fundamental rumo ao fim de Guerra Fria. Nas festividades que anunciavam o fim de 1989 e o início de 1990, o conflito que marcara as ações no cenário global por mais de 40 anos dera espaço a um mundo mais plural e complexo.

Contudo, o sentimento de que um novo mundo surgia, no qual não haveria mais espaços para guerras e onde resoluções multilaterias e pacíficas dos conflitos marcariam a prática das relações internacionais, durou pouco. A ideia de “fim da história”, enunciada por Francis Fukuyama, a celebração pela 9 afirmação dos princípios liberais e democráticos e a exaltação de prognóstico de um mundo mais integrado foram logo obscurecidas por um sentimento de incertezas.

A Guerra do Golfo, os conflitos gerados no processo de independência das Repúblicas Soviéticas e, principalmente, os genocídios perpetrados nos Bálcãs e em Ruanda deixaram claro que o sistema internacional nascente teria novos desafios. O século XXI, anunciado por alguns como o século americano, apresentou também um “novo inimigo”. Os ataques à Nova Iorque e Madri levaram à identificação de redes transnacionais de terroristas como os principais riscos à defesa nacional.

Diversas tendências floresceram e encontraram seu fim nos últimos 20 anos. Esta edição dos Cadernos Adenauer busca tratar justamente deste novo cenário. Procuramos apresentar uma discussão acerca das principais transformações deste período e analisar os rumos que estes processos tomaram, bem com traçar perspectivas para os próximos anos.

O obejtivo desta publicação não é estabelecer um relato definitivo sobre temas deveras complexos, mas sim contribuir com um debate qualificado, servindo como uma fonte de estudos sobre algumas das transformações políticas vividas ao longo do período tratado.

Por fim, gostaria de agradecer aos autores que contribuiram com os artigos desta publicação. Espero que as análises aqui contidas sejam úteis para os leitores.

Peter Fischer-Bollin
Representante da Fundação Konrad Adenauer no Brasil

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Sabrina
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11/02/2012 14:34:46

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