Foi a partir de 1715 que se produziu um fenômeno de difusão sem igual. O que até aí vegetara na sombra, revelou-se em plena luz, o que fora especulação de alguns raros espíritos, estendeu-se à multidão. Herdeiros sobrecarregados que somos, pesam sobre nós a antiguidade, a Idade Média, o Renascimento. Mas é o século XVIII que, com toda a evidência, somos os descendentes directos. Torna-se contudo impossível marcar marcar todo o pensamento europeu deste século numa só obra, pelo que esta se limita a uma única família de espíritos: a dos Filósofos, dos racionais. Àqueles actores de primeiro plano no drama do pensamento e não quiseram deixar o mundo como o haviam encontrado e que foram possuídos, a um ponto que parecemos hoje desconhecer, pela obsessão dos problemas essenciais: que é verdade?, que é justiça?, que é vida?