O poder do clientelismo

O autor pretende mostrar que o clientelismo é próprio da política, onde houver trocas desiguais, propor o modelo descritivo de decisão política que envolve dois tipos de bens coletivos(bens clientelísticos e bens públicos), levantar uma hipótese para o estudo daquelas trocas políticas a que o autor chamou assimétricas/clientelísticas, além de apresentar um modelo normativo capaz de moderar os desequilíbrios decorrentes desses tipos de troca, procurar estabelecer um conceito de troca política que é diferente de troca econômica e de troca social. E, a partir dos conceitos extraídos de interpretações históricas do fenômeno clientelismo, foi possível concluir que este enraíza intrinsecamente na hierarquia inerente a toda organização e a diferentes modos de poder. O clientelismo é um fenômeno basicamente relacionado ao acesso e à exclusão de bens e serviços, quase sempre não regulados diretamente pela ordem jurídica e pelos valores de mercado. Dizer acesso aos bens e serviços e exclusão da propriedade significa pensar a propriedade, do ponto de vista econômico, e o poder e suas influências sob o ângulo da política.