Para Maquiavel, a política é a arte de conquistar o poder, que se identifica com uma ordem que não deriva do respeito aos princípios éticos ou religiosos, mas apenas da capacidade de um indivíduo de mantê-lo — pelo amor ou pelo medo.
Muitas vezes, historicamente, o pensamento de Maquiavel foi mal interpretado e ele sofreu muitas críticas. O próprio adjetivo "maquiavélico", criado a partir de seu nome, significa "astucioso", "traiçoeiro". Apesar da malsinação de seu nome, pesquisas modernas ajudaram a interpretar Maquiavel de maneira mais razoável. Assim, a má fama de "pressagiador implacável", que por muito tempo o acompanhou, começou a desaparecer.
Depois de mais de quatro séculos, sua obra continua interessante e alvo de discussões acirradas, pois trata de questões eternas a respeito das relações de poder. Embora sua ética, como se apresenta, seja a de seus contemporâneos, ainda assim não pode ser considerada ultrapassada, uma vez que, para se manter no poder, muitos continuam se apoiando mais nas forças materiais do que morais.
O livro inspirou a famosa expressão "os fins justificam os meios", ao sugerir o que deve ser feito para se manter no poder. Como na administração e na política não há caminhos inteiramente seguros, a prudência consiste em escolher os menos perigosos.
O Príncipe é muito mais do que uma obra de interesse histórico: é uma verdade inquestionável que trata de princípios que ainda norteiam as relações de países e governantes, podendo ainda se estender às relações existentes no mundo dos negócios.
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