O tocador de sinos

O tocador de sinos Luís Felipe Maldaner


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O tocador de sinos





Sob tensão frequente

Laís Chaffe, escritora

Wunibaldo, o tocador de sinos que dá nome a este quarto passeio de Luís Felipe Maldaner pelos bosques da ficção, não é corcunda, mas só tem a perna esquerda. É um analfabeto cheio de paixão pelos livros e, como encadernador, vivencia esse amor quase impossível. Estranho? Tem mais: o solitário personagem apaixona-se por uma cliente de sorriso meigo. E sem um dente.

Maldaner divide o livro em três partes: Solidão, Estranhamento e Paixão. A história de Wuni, primeira delas, já demonstra que, se um ou outro aspecto pode ser mais forte em cada conjunto de contos, nem por isso os demais estão ausentes. Situações e tipos estranhos, solitários e tomados por paixões dramáticas, quando não trágicas, acompanham o leitor o tempo inteiro. Wuni também se faz presente, de forma direta ou pelo sino, que se ouve repetidas vezes ao longo dos contos.

Um personagem é perseguido por anões que rasgam sua roupa. Outro, vítima de uma tragédia na infância e atormentado pela culpa, tem delírios persecutórios com ratos, baratas carnívoras e jacarés. Há ainda o cego, anestesiado e conduzido à força para uma clínica, de onde sai após receber dinheiro, um abraço e nenhuma resposta.

Sob tensão frequente, as criaturas de Maldaner quase sempre bebem, em geral do bar do Guedes. Não raro há um revólver por perto. Assim como o cego, também não recebemos respostas. E Wuni segue tocando o sino, pontuando tempo, destino, vida e morte. Dobrando por quem mesmo?

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Roberto Schmitt-Prym
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20/06/2015 16:18:16