Quando o nevoeiro da mente de Maria se desvela, mordemos a maçã do conhecimento proibido e somos conduzidos mata adentro a caminhos hostis. Por entre árvores e rios, suas memórias sentidas se apresentam. Somos consumidos junto com ela pelo Centauro, escravizados, queimados vivos. Fomos picados pela cobra e agora nos vemos destituídos de todos os nossos trapos, estamos nus! Ao final deste percurso, nada nos resta? Silêncio. Ouço vozes de criança. Vislumbro algo que resistiu a tudo, intacto: um dom.
O relato de Maria é um emplastro de ervas para a alma e ela nos cura ao passo que cura a si mesma. “O veneno da cobra e da maçã” poderia ser um livro sobre o desamparo, mas versa sobre o que resiste e, indestrutível, Rompe Nuvem.
Romance