"Quando a música era rara, sua convocação era perturbadora e sua sedução, vertiginosa. Quando a convocação torna-se incessante, a música passa a repelir. O silêncio tornou-se a vertigem moderna. Seu êxtase. Interrogo a ligação que a música mantém com o sofrimento sonoro."
Delicados e polêmicos, eruditos, mas concisos, líricos, mas escritos com precisão cirúrgica. Os ensaios de Pascal Quignard dão prova cabal da arte refinada do autor de Todas as Manhãs do mundo e sua ligação com a música, quer no plano das ideias, quer no ritmo de sua prosa, feita de rompantes, volteios, nítidas arcadas e pausas.