Os cadernos de solidão de Mario Lavale

Os cadernos de solidão de Mario Lavale Arthur Telló


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Os cadernos de solidão de Mario Lavale





Este livro é quase um golpe baixo, é um convite à curiosidade que nos dobra. No texto de orelha, Julia Dantas já avisa: “Abrimos Os cadernos de solidão de Mario Lavale como quem viola o cadeado de um diário alheio: cientes de que estamos invadindo um território íntimo que não nos pertence, mas que, ao mesmo tempo, se esforça por nos seduzir”.

Folhear os cadernos de Mario Lavale é compartilhar um estranho desejo de penetrar os vestígios de humanidade desse homem sem rosto, que conhecemos pelo que conta, que existe pela palavra atravessada da literatura nela mesma. Numa perspectiva que flerta com a distância de Brecht, testemunhamos a intimidade de Mario Lavale, a solidão desfiada à contragosto desde o primeiro conto, que vai ganhando densidade e até aceitação quanto mais se avança. A solidão que rejeitamos e, mesmo assim, compartilhamos em segredo com Mario.

Arthur Telló dança e brinca com diferentes pontos de vista, estruturas, ecos e retornos metaliterários. Usa com precisão a lâmina fria da palavra e traça um cotidiano interior que se desdobra em uma construção primorosa de personagens, revelando um livro de fragmentos em perfeita unidade e ainda assim com diferentes temperaturas. Sem errar o passo, o autor – do livro –, desequilibra o leitor com um ritmo que lhe é absolutamente próprio e inusitado. Nas cadernetas sobre a arte e a palavra, sobra uma dúvida: “Por que escrever se torna mais importante justamente quando tudo parece tão frágil?”. Este livro é o próprio desejo de resposta.

Contos / Ficção / Literatura Brasileira

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on 9/4/20


Uma coletânea de contos diversificada, que abraça diferentes estilos e propostas, mas sempre atinge belos efeitos e resultados. As marcações de espaço e tempo são muito presentes e quase sempre revelam uma ambientação em Porto Alegre entre 2018 e 2019. Isso somado às semelhanças entre personagens e autor (o fato de serem escritores e professores de literatura e escrita criativa, por exemplo) gera uma sensação de pertencimento maior no leitor. Parece que somos, ou ao menos poderíamo... leia mais

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Jenifer
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Rox Whisper
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