Como professor de História da Cultura, Carlos Jaechieri teve oportunidade de constatar, nestes últimos anos, o profundo interesse das novas gerações e do público em geral por determinadas questões, tratadas literariamente bem, mas cientificamente mal, e geradoras de grandes impactos. Debruçou-se, assim, na análise culturológica de diversas obras qualificadas como de "realismo fantástico", ou seja, situadas em plano intermediário entre Ciência e Fantasia, Filosofia e Ficção, surgindo, destarte, a sua convicção da necessidade de se dar, àquele mesmo público, a oportunidade para tomar contacto com o reverso da medalha. O objetivo do autor é contribuir para que o extraordinário interesse, inegavelmente suscitado por aqueles livros, pudesse ser canalizado corretamente para fontes culturais autênticas. Desses livros, aliás, não erraria quem dissesse que chegaram eles a ser muito úteis, exatamente porque vieram despertar a opinião pública, como a do nosso país — presa de tantos excessos de eroticismo literário e futebolismo exagerado — nela provocando grande apetite pelo exame científico, cultu-rológico, analítico e crítico de certas agudas questões arqueológicas, pré-históricas, etnográficas ou cartográficas. (Não se diz que Deus também escreve certo por linhas tortas?)
O livro contém não uma, mas diversas teses, cuja conceituação e demonstração decorrem também do plano filosófico em que está o autor.
A opinião pública é convidada a Ter em Os Deuses Não Eram Astro-mmmtmâ! não apenas ama réplica como qualquer outra, mas, sobretudo, una prora de que o País amadureceu para este género sério de contestação Cultura, contribuindo para que os leitores disponham de elementos próprios para julgar com a máxima objetividade possível.