O que faz de um personagem um mocinho ou um vilão? O que o define? Será a sua personalidade? Seus ideais ou suas escolhas?
E pensando que estamos todos ligados a uma cultura social, teria este mocinho um quê de culpado? E talvez algum fragmento deste vilão seja também um pouco vítima? Será que somos moldados, durante a nossa vida, pelo meio o qual somos inseridos ou meramente nascemos bons ou maus?
E quando Felipe Teixeira - o jovem de olhar descontraído, apaixonado por poesia, blues e vinho tinto - é preso por um crime o qual não é culpado, ele é somente uma vítima? E quando ele rebate ao sistema opressor da penitenciária e se torna igualmente perverso em um plano de vingança, ele é simplesmente culpado?
O que fazer, então, quanto tudo que lhe resta é uma cela, contendo apenas uma beliche com colchões surrados, uma pequena fissura na parede coberta por grades e que insistem em chamar de janela, e a ruptura total com sua identidade e com os ideais os quais carregou por toda a vida até que os muros da penitenciária lhe limitassem o mundo?
Em "Os olhos do condenado" o escritor Fernando Bins nos arrasta junto com nosso protagonista até as mais perversas e naturais faces de um homem a um novo modelo de sociedade e aos mais assombrosos fantasmas que a humanidade poderia apresentar.
E quanto a você? Inocente ou culpado?
Crime / Romance policial