Obra-prima de Euclides da Cunha, Os Sertões, só saiu cinco anos depois de seu regresso de Canudos, em dezembro de 1902. O livro deixou o país estarrecido. De um momento para outro tomava-se conhecimento de que a luta de Canudos, considerada uma batalha heroica para a salvação da República, estava sendo denunciada como um crime. E, principalmente, trazia à tona a realidade praticamente desconhecida do interior do Brasil, como retrato monumental e documento de valor científico reconhecido. E, além disso, era uma obra-prima literária. O livro foi escrito enquanto Euclides construía uma ponte em São José do Rio Pardo. Durante três anos morou numa cabana de zinco, na beira do rio. A primeira edição de Os Sertões foi publicada pela Livraria Laemmert, do Rio. Euclides corrigiu todos os exemplares a ponta de canivete e bico-de-pena, tanto o desesperaram os erros tipográficos. A segunda edição saiu em julho de 1903, sendo Euclides eleito para a Academia Brasileira de Letras. Na mesma época tomou posse no Instituto Histórico e Geográfico.
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