Muitas pessoas diziam que tudo na passava de lenda urbana, mas diziam as más línguas, que o “chazinho da meia noite” era comum no hospital São João Bosco. Os doentes idosos recebiam uma visita noturna suplementar, que caridosamente oferecia um chá incrementado ao paciente, dizendo que se tratava de um reconhecimento pelo bom comportamento do enfermo. Garantiam que o chá era um prêmio, que tinha uma eficácia assombrosa para curar doenças e aliviar dores. Comovido, o doente bebia o chazinho com sua autoestima redobrada, era bem-comportado e merecedor de atenção especial por parte da direção. Na manhã seguinte havia mais um leito vazio no hospital. Entretanto, uma enfermeira que conhecia a prática adotada, acometida de sérios inconformismos éticos e morais, resolveu chutar o balde.
Ficção