Vivemos em um contexto social, político, econômico, ambiental e religioso bastante provocador. São necessárias novas posturas diante da realidade, sendo preciso tomar uma postura radical na sociedade em que vivemos. Temos visto práticas como o machismo, o racismo, a homofobia, a intolerância religiosa, a xenofobia e outras tantas práticas etnocêntricas e excludentes que exigem uma nova forma de ver/ser/estar no mundo.
Uma postura radical e revolucionária não precisa ser algo complexo e confuso. Pode ser algo simples que flui bem, como a água. Assim como a água, que fica suja e não serve para ser consumida, a nossa sociedade tem carregado elementos insustentáveis para a convivência, para o Bem-Viver (Sumak Kawsay). Nesse contexto, a religião se torna um instrumento de poder a favor das injustiças e da perpetuação das desigualdades existentes. Por isso, se torna necessário repensar a nossa forma de falar de Deus.
O Papa Francisco, por meio da encíclica Laudato Sí, nos convida a manter uma outra relação com a Criação. É um convite que mostra para cada cristã e cristão como se posicionar frente ao consumismo desenfreado, ao desenvolvimento irresponsável, a desigualdade social planetária e ao necessário compromisso coletivo diante das mudanças climáticas.
Em um contexto de reflexão, inspirado pelo Papa Francisco e com o apoio do Observatório da Evangelização (PUC Minas), escrevi o texto do presente livro, no qual quis mostrar que as reflexões teológicas podem ser simples e acessíveis. Devem ser puras, cristalinas e devem ser fonte de vida para as pessoas. Nesse sentido, a água se torna o melhor exemplo. Dessa reflexão, nasceu o presente livro.
Religião e Espiritualidade