As contradições da educação em tempos de pandemia despertam reflexões na solitária Mirtes, dedicada professora fluente nas poesias de Camões. No isolamento, é peça descartável, no computador, dinossauro, e em seu relato honesto escancara problemas sociais incômodos, marcados na sociedade como a velhice em seu semblante. “Hoje em mim falta espanto, falta empenho. Há anos sangro, contudo cada vez menos, ao acompanhar a educação do país. Menos empenho, menos sangue, mais pausas, menopausa. Como mulher velha venho me saindo patética.” O rotineiro esmiuçado durante a quarentena dá tom ao conto, embalado pelo canto de Pardal, única companhia da protagonista.
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