Existem variadas formas de escrever um prefácio, mas algo é comum: encharcar-se de sensibilidade.
Inegável que a escrita de poemas estabelece uma conexão com o transcendente, portanto, quando o poeta, a poeta (prefiro esta palavra, à poetisa) agrega letras, transformando-as em palavras e versos, é como se vivesse no espaço da escrita à unidade. Unidade na compreensão da escrita que une matéria e alma, é esse o papel maior da poesia.
Talvez algumas formas literárias possam ser escritas de um modo mais racional, o que não é possível para a poesia; esta precisa de lugares mais elevados, voos nos céus da sensibilidade.
É por essa sensibilidade que sou tomada neste momento, para prefaciar esta obra/homenagem a um ser que deixou um grande legado: o legado da ternura.
Ternura esta que se concretizava não somente no mais gostoso dos cachorros-quentes que fazia para mim, em tardes frias e chuvosas, mas sobretudo pela capacidade de escuta, a escuta que te mirava com o silêncio que acolhia.
Portanto, não existe dificuldade alguma em escrever esta “Carta”, agora já passados dez anos em que nosso pai alçou voo para outros céus.
(Josiane Rose Petry Veronese)
Poemas, poesias