Pedagogia da Circularidade:

Pedagogia da Circularidade: Tássio Ferreira


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Ensinagens de Terreiro




Este livro reflete sobre os conhecimentos tradicionais do Candomblé Congo-Angola e a filosofia dos Bantu, a partir de sua estrutura social/política/filosófica/estética/sagrada, enquanto inspiração poética para concater processos de ensinagens e outras acepções escolares, considerando a circularidade como base conceitual através de uma perspectiva pluriversal, integralizadora de experiência viva do corpo e para o corpo.

De acordo com a análise de Nilma Lino Gomes em diferentes artigos, a entrada de novos sujeitos do conhecimento na universidade pública brasileira com a política de cotas, levando em consideração sobretudo estudantes, mas também docentes, tem exigido mudanças no currículo e, por conseguinte, nas práticas ensinar e aprender, que considerem o contexto de epistemicídio próprio da colonialidade constituída na nossa dinâmica histórica enquanto nação sul americana. Boaventura de Sousa Santos, ao refletir sobre o modus operandi do sistema colonial, demonstra como o apagamento da legitimidade de formas de conhecimento de grupos subjugados durante e depois do colonialismo é a mais eficaz e duradoura maneira de dominação racial produzida pela expansão colonial europeia. Nesse sentido, a violência inerente ao silenciamento da episteme de grupos subalternizados tem se mostrado prática intelectual corrente na tradição euro-ocidental hegemônica do sistema educacional brasileiro, da Educação Infantil ao Ensino Superior.

É nesse contexto que o estudo Pedagogia da Circularidade: ensinagens de Terreiro torna-se público na forma deste livro, juntando-se a outras propostas pedagógicas contracoloniais, como a Pedagoginga de Allan da Rosa, a Pretagogia de Sandra Petit ou a Pedagogia das Encruzilhadas de Luiz Rufino. A atuação docente de Tássio Ferreira na universidade, ao trazer para o espaço acadêmico formas de em-sinar e aprender negro-africanas, bem como o trabalho de corpo inteiro, em perspectiva transdisciplinar e integradora, a partir de cosmologias Bantu e do seu papel social de Taata dya Nkisi, tensiona com a organização curricular mais comum que compreende os saberes acadêmicos enquanto rol de conteúdos sobrepostos em sequência linear que levam ao aprendizado das habilidades profissionais esperadas, desconsiderando as múltiplas epistemologias que interagem num contexto sócio-histórico intercultural, pluriétnico e marcado por desigualdades. No lugar da monocultura do saber e de práticas monoepistêmicas, Tássio propõe a possibilidade do encontro (dis)tenso entre várias epistemologias negro-brasileiras, em perspectiva desierarquizadora em relação aos saberes de matrizes europeias.

Educação

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on 23/12/22


O livro apresenta o Terreiro como espaço de aprendizagem da vida, e a partir de sua cosmovisão traça paralelos com a educação escolar. A construção da escrita já parte do princípio da circularidade, pois a sequência dos capítulos não é hierárquica, podendo ser lidos em qualquer ordem.... leia mais

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