Pentear a vida é desfiar infinitamente enquanto se vive as contas de um rosário que nos conta das contas a pagar, enquanto desfilamos no carro aberto da Arte que nos conduz ora a ciência ora a filosofia. A Ciência nos quer eternamente transitando no carro da Arte e a Arte nos envolve e nos conduz ora a paisagens belíssimas ora horrendas. Em algumas paragens saltitamos de alegria em outras secamos as lágrimas e, como bons estetas dizemos ao carro da Arte: já passou. Continuemos. Seguimos penteando a vida, buscando modelos e mais modelos de penteados que a deixe esteticamente apresentável, porém como aprendizes, erramos as lições. E entre erros e acertos damos conta do dever. Apresentamos um penteado que se aproxima da perfeição.A Filosofia, viva reflexão no polo oposto à Ciência, Mas em diálogo com a mesma convida o carro da Arte a nos conduzir a ELA; nós temerosos percebemos a nossa fragilidade e uma ordenança partindo do nosso interior, então pedimos inutilmente ao carro da Arte para não nos levar ao porto da Filosofia, o carro da Arte vacila, mas vai ao seu encontro. À Ciência gritamos por socorro e ela muito solícita nos carrega em seus braços, nos deita em seu leito e nos conforta nos dar esperança, mas a Filosofia nos convence a descermos do carro da Arte e nos convida a hospedarmo-nos em sua Mansão. À Filosofia entregamos as contas do rosário e o último penteado que fizemos para a vida.
Poemas, poesias