Ellen Ullman é uma combinação única de engenheira de software e analista social. Uma testemunha privilegiada da chamada revolução tecnológica. Ullman conseguiu o sucesso como poucos dos ambiciosos habitantes do Vale do Silício, mas manteve a lucidez. Seus escritos têm atravessado todo o debate, acadêmico ou não, a respeito do impacto cultural da tecnologia nos Estados Unidos.
Ex-militante comunista, bissexual e mãe, Ullman não é exatamente o "clichê" do profissional do Vale do Silício. Talvez por isso, sua autobiografia Perto da Máquina tenha conseguido o que milhares de outros não conseguiram: retratar a vida real por trás do mundo virtual criado pela indústria da informática. "Este é o grande livro ao qual os estudiosos do futuro irão recorrer quando desejarem saber o que foi a nossa ŒEra da Informática", diz a revista TLR.
Perto da Máquina apresenta a vida no centro da indústria dos computadores. Os programadores em seu trabalho insanos e seus deadlines insanos. E mostra como esse modo de vida dos engenheiros de software influencia diretamente na estrutura do sistemas desenvolvidos e, por sua vez, influencia o próprio comportamento dos usuários de tais tecnologias. "(O computador) É a projeção de um pedaço muito pequeno de nós: a parte consagrada à lógica, à ordem, às regras e à clareza. É como se pegássemos o jogo de xadrez e o considerássemos o máximo da vida humana", explica.