Plantando as árvores do Quênia

A história de Wangari Maathai, primeira mulher africana a receber o Prêmio Nobel da Paz, em 2004, é narrada por Claire A. Nivola com muita delicadeza em Plantando as árvores do Quênia, lançado por Edições SM. O livro, indicado para crianças a partir de 8 anos, mostra em belas imagens e texto cadenciado, de fácil entendimento, a luta de uma mulher pela recuperação do meio ambiente, pela democracia e pelo bem-estar social de seu povo.
Desde a infância, Wangari vivia em contato com a natureza na região das montanhas centrais de seu país, então colônia da Inglaterra. Claire retrata como a personagem se sentia feliz ao observar as figueiras, árvores consideradas sagradas em sua terra, e brincar com ovos de rãs nas águas límpidas do riacho perto de sua casa. Ao mudar-se para os Estados Unidos, para cursar a faculdade de Biologia, Wangari deixou para trás um país que atravessava grande instabilidade política – o que resultou na independência, em 1963, e na transição para um regime republicano. Tais transformações se refletiram no campo, cuja exploração comercial em grandes plantações se intensificou, derrubando árvores e impactando o solo e os rios.
Quando retornou ao Quênia, em 1966, Wangari se deparou com uma grande devastação ambiental. Descobriu que até mesmo as figueiras tinham sido cortadas e percebeu que seu povo estava empobrecido e mal alimentado. Decidiu, então, envolver outras mulheres em sua causa, mostrando que todos eram parte do problema e poderiam, juntos, ser parte da solução. Conseguiu mobilizar a população a plantar mais de 30 milhões de árvores, além de criar viveiros e hortas coletivas, transformando a vida de milhares de quenianos. É hoje uma importante voz do ambientalismo mundial, à frente do Movimento Cinturão Verde.

Sobre a autora e ilustradora – Claire A. Nivola nasceu em Nova York, Estados Unidos, em 1947. Filha de artista, começou a desenhar muito cedo. Em 1970, logo depois de graduar-se em História e Literatura, ilustrou seu primeiro livro infantil. A partir daí, escreveu e ilustrou muitas obras aclamadas pela crítica.