Poesia Fóssil

Poesia Fóssil Marco Catalão


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Poesia Fóssil


Poemas




O sétimo livro de poemas publicado por Marco Catalão é um caso único na poesia contemporânea brasileira: um livro que não se limita a comover e deleitar, mas que também se propõe a instruir, não com didatismos facilitadores, mas com a liberdade imaginativa da poesia. Tomando como ponto de partida a afirmação de Ralph Waldo Emerson de que “o etimólogo descobre que a palavra que parece mais morta já foi uma imagem brilhante”, Poesia Fóssil nos conduz numa viagem surpreendente que remonta às raízes longínquas da língua portuguesa e que deságua em termos contemporâneos como treta, spam, drone e presepada.
Com graça e erudição, o livro alterna definições líricas inovadoras, como a de sarcasmo (“palavra que escalavra”) ou a de petulância (“topete de quem se mete com o que não lhe compete”), a narrativas saborosas, como a do erro de grafia que resultou na palavra zênite ou o grito de alegria que teria originado o vocábulo dominó, culminando em momentos de pura epifania, como quando descobrimos as circunstâncias em que a palavra coco foi incorporada ao português, ou o dia exato em que Cristóvão Colombo anotou pela primeira vez em espanhol a palavra canoa. Como observou T. S. Eliot em relação a James Joyce, a consciência sobre a história das palavras e sobre os diferentes sentidos que se atribuíram a um vocábulo ao longo dos séculos auxilia o escritor a renovar a sua língua, evitando que ela perca seu vigor e se reduza a usos banais e formas estereotipadas.
Trazendo à luz os estratos submersos da língua, Poesia Fóssil revela não apenas o percurso histórico que fez com que as palavras que usamos hoje tenham os sentidos que lhes conferimos, mas também descobre associações inusitadas, metáforas esquecidas, belezas soterradas sob o solo do uso habitual.

Literatura Brasileira / Poemas, poesias

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Resenhas para Poesia Fóssil (1)

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Poesia Fóssil > poesia lírica
on 17/9/22


Conheci esse autor por intermédio de um romance (O país das das luzes flutuantes, 2020) que gostei muitíssimo, portanto não hesitei quando vi seu novo livro, agora de poemas. Aqui o poeta trabalha as palavras a partir de sua fonte, seu fóssil, como indica o título. Um poeta que trabalha as palavras ora como etimólogo, ora como historiador ou paleontólogo, e nos entrega uma espécie de dicionário analógico em forma de poesia - ou poesia numa espécie de dicionário analógico, sei lá! - com... leia mais

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Pablo Paz
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Pablo Paz
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