Mais uma dissertação de mestrado que virou livro e que padece dos defeitos de quase todos os trabalhos desse tipo: erudição explícita e enchimento de linguiça. Assim é que, para chegar ao assunto do livro, que tem 148 páginas e quer contribuir para a recuperação da memória da emissora, o leitor tem que passar por 63 páginas que tratam da importância de memória, segundo vários autores; a importância do veículo rádio e sua história, desde a Rádio Sociedade. No entanto, garimpando nos poucos documentos remanescentes, que estão no Arquivo Nacional, o autor consegue fazer um significativo levantamento da história da Rádio, e afirmações quentes, como: a subestimada importância da década de trinta, na radiofonia; a polarização entre a Rádio Sociedade, que era elitista, e a Mayrink Veiga, que investiu na programação popular; e os diversos pioneirismos da emissora, como o do radioteatro, o da vinheta musical encerrando a programação, e a importância da estação na divulgação da música popular. E há outras informações úteis, como um quadro com a cronologia das quarenta primeiras emissoras criadas no país, e listagem dos principais programas fixos da Mayrink, na década de 40; bem como o seu cast de cantores, nos anos 30. O livro, com poucas fotos, em suas páginas finais trata do fechamento da emissora, pela ditadura militar, em 1965.