A escola pública passa por um processo contínuo de degradação, que diretamente afeta as condições subjacentes à produção do ensino, bem como as circunstâncias de existência condigna por parte dos professores. Os constrangimentos estão de tal maneira arraigados na mente do professorado que chegam a ofuscar a necessidade de união, participação política e diálogo na direção de uma identidade robusta, de uma singularidade reconhecível e respeitada socialmente.
Fazendo uso da lógica dedutiva para o encaminhamento da análise e lançando mão de evidências empíricas para a consolidação das teses decorrentes da filosofia, sociologia e psicologia, este livro conjuga estudos e reflexões sobre as condições de vida e de trabalho do professor das escolas públicas, mostrando como ocorre a deterioração da sua identidade pelos governos, pela mídia e por boa parcela da sociedade.
A leitura da obra funciona como um espelho aos professores: os reflexos, ainda que dolorosos, podem sem dúvida levar a uma reflexão crítica dos condicionantes que levam à perda de status e de dignidade, permitindo mais clareza ainda a respeito da necessidade de mudanças radicais nas óticas sobre o magistério no ensino fundamental brasileiro.