Psique e Eros

A história de Psique e Eros foi narrada pela primeira vez pelo escritor Apuleio, em seu livro O Asno de Ouro, e desde aquela época até os dias de hoje, foi recontada diversas vezes, em várias versões, sob diferentes gêneros. A trama, também, serviu de base para estudos teóricos na área da Literatura, da Psicologia, da Filosofia e outras Ciências Humanas. Porque o enredo e o encadeamento dos fatos, além de fascinantes, trazem na sua essência um mito: a união entre a Alma (Psique) e o Espírito (Eros).
Eis porque a história de Psique e Eros atravessou os tempos. Um rei tinha três filhas, todas muito bonitas. A mais nova, porém, era de uma beleza rara, mais parecia uma deusa entre os mortais. A fama da beleza de Psique percorreu todos os reinos e uma multidão se prostrava à frente do palácio para adorá-la, a tal ponto que os fiéis da deusa Afrodite abandonaram os templos e esqueceram de cultuá-la. A deusa ofendida e furiosa chamou seu filho Eros, deus do amor. Afrodite ordenou que fizesse Psique se apaixonar pelo mais horrendo dos homens.
O jovem deus partiu à procura do seu alvo, mas ao ver a beleza extraordinária da jovem, apaixonou-se. Psique, em sonho, foi carregada por Zéfiro, ao palácio do deus e lá, sem se deixar ver, ele a tomou como esposa. Todas as noites, Eros ia para os braços de sua amada. Tempos passaram e Psique sentindo-se muito sozinha, pediu permissão para ver as irmãs, que, corroídas pela inveja, envenenam o coração da jovem, convencendo-a a matar o esposo desconhecido. Psique tomou um punhal e um candeeiro, mas ao ver Eros, deus do amor e seu marido, tremeu e deixou cair uma gota de óleo, ferindo-lhe o ombro.
Eros foge imediatamente. Psique, grávida e atormentada se apresentou diante de Afrodite, pedindo sua piedade e ajuda para reconquistar Eros. A duras penas, Psique cumpre as tarefas, visita o reino dos mortos e se une a Eros, com a ajuda de Zeus. Dessa união, nasce uma filha: Volúpia. O casamento de Psique e Eros não é apenas um caso de amor, é o encontro de dois seres que sacrificam o ego para formar uma relação, na qual dois transformam-se em um.