Quem foi que falou em igualdade” é seguramente um trabalho de cunho antropológico que traz à tona questões contemporâneas, atuais e vivas acerca da complexa gestão de espaços públicos plurais e multiculturais nos diferentes recantos do mundo. Seja na França, com uma política de cegamento das diferenças étnicas e raciais no espaço público, como discuto em um recente livro, Cidadãos à parte ou cidadãos em toda parte?, ou no Brasil com uma reconfiguração político-simbólica do nosso modelo assimilacionista das três raças ao quadro multicultural com as ações de reconhecimento dos direitos diferenciados, o tema da autora é de alta relevância acadêmica e política. Como diz um consagrado antropólogo americano, Clifford Geertz, a antropologia não estuda as aldeias, mas sim em aldeias. Isso significa dizer que ter limitado seus esforços etnográficos num lócus bem preciso e circunscrito, não limitou a autora a percorrer problemáticas e interrogações caras às diferentes sociedades.
Religião e Espiritualidade