Recordações do escrivão Isaías Caminha

Recordações do escrivão Isaías Caminha Lima Barreto


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Recordações do escrivão Isaías Caminha (Coleção Núcleo de Literatura)





Isaías Caminha é um mulato que relata sua vida mundana no Rio de Janeiro. Nascido no interior do estado, certa ocasião lê um artigo de jornal contendo ofensas às pessoas de sua raça e resolve partir para estudar na capital, sua intenção era combater esse tipo de postura. Traz consigo uma carta de recomendação dirigida a certo deputado, mas não consegue ter acesso a ele. Atribui à sua condição racial o insucesso na busca por uma colocação. Recebe dinheiro da mãe, que acrescenta aos rendimentos que obtém escrevendo os trabalhos universitários de um amigo estudante de Direito. Ao mesmo tempo, percebe o prestígio que cronistas e repórteres têm junto à população. Aproveita-se do contato casual que mantém com o jornalista Ivã Rostóloff na boêmia carioca e consegue um convite para trabalhar na redação do jornal “O Globo”.
Ali conhece as pessoas envolvidas com o meio jornalístico da capital, como o diretor Ricardo Loberant, que consegue sucesso com matérias sensacionalistas, e Frederico Lourenço do Couto, o Floc, crítico literário que, embora seja tido como homem dotado de cultura superior, só consegue produzir as poucas linhas de sua contribuição diária depois de grande esforço intelectual. Isaías consegue uma colocação como contínuo. A redação do jornal é descrita como um lugar imundo, a despeito da campanha que o jornal move contra as péssimas condições de higiene do Hospício Nacional de Alienados. Agindo com a mesma hipocrisia, Floc, em sua coluna, cobre de elogios pessoas de seu círculo de amizades e membros da alta sociedade.
Logo, Isaías adquire a mesma empáfia de seus colegas, passando a usar alguns ternos que lhe são fornecidos por Ivã Rostóloff. Os amigos mais humildes, que ele conheceu nos primeiros tempos de Rio de Janeiro, são abandonados. A notícia da morte da mãe não o abala muito.
Certa noite, quando o sofrimento de Floc para escrever sua crônica diária se torna insuportável para ele, o jornalista se mata com um tiro na cabeça. Isaías é encarregado de avisar o diretor Ricardo Loberant do ocorrido. Como se trata de algo urgente, acabam por revelar ao contínuo o paradeiro de Loberant: a casa da amante.
De posse desse segredo, consegue do chefe um tratamento de maior consideração, subindo gradativamente na hierarquia do jornal. Em dois meses, sai da condição de contínuo para a de repórter da Marinha, posto no qual é bajulado por oficiais que pretendem obter alguma nota favorável na imprensa. Suas relações com Loberant se estreitam cada vez mais e eles se tornam companheiros de boêmia.
Um dia, envolvido em reflexões, Isaías compara sua vida presente com os sonhos utópicos alimentados na juventude e fica um tanto decepcionado. Resolve abandonar a redação, a despeito dos pedidos do diretor para que permaneça ali. Essa decisão, contudo, não significa uma correção de conduta: Isaías abandona a amargura que se apodera dele e se torna político. (http://educacao.globo.com/literatura/assunto/resumos-de-livros/recordacoes-do-escrivao-isaias-caminha.html)

Literatura Brasileira / Ficção

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Lohanna
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