Retorno de Ulisses

Retorno de Ulisses Paula Mastroberti


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Retorno de Ulisses





Um texto antenado com a pós-modernidade – das artes, das linguagens, das relações interpessoais, das novas faces e lugares da sociedade. Os livros da série Reversões, assinados por Paula Mastroberti, trazem uma nova perspectiva de clássicos da literatura universal, revestidos por questões atuais como crises de self e de grupo na atualidade, para atrair e instigar os jovens leitores. Um pouco de tudo isso está no terceiro título da coleção, Retorno de Ulisses, que chega agora às livrarias brasileiras.

Neste volume, Mastroberti reinventa e atualiza a Odisséia, de Homero, poema originalmente em grego, escrito em 24 cantos, tendo como temática principal a questão do "regresso" – a volta de Ulisses da Guerra de Tróia à sua terra natal, Ítaca. Só que, em Retorno de Ulisses, esse regresso é revisto, sob nova ótica, na procura de uma família desmembrada por uma "odisséia" contemporânea: a fragmentação da célula familiar.

Nesta versão, quem faz as vezes de Telêmaco em busca do pai, Ulisses, é Estéfano, inspirado em Stephen, personagem do Ulysses de James Joyce. A mãe, Penélope, por sua vez, acumula as representações de todas as figuras femininas presentes na Odisséia homérica. Como artista plástica, Penélope projeta estas imagens como obras de arte na mostra que irá inaugurar num museu.

Em Retorno de Ulysses, a busca pelo pai sintetiza o resgate da família enquanto instituição, base de sustentação do sujeito, um porto de estabilidade, segurança e afeto. É como se mãe e filho, Penélope e Estéfano, vivessem, através da lembrança do marido e pai, o mesmo que Ulisses viveu enquanto ausente, numa tentativa de preencher a lacuna deixada em suas vidas.

O álbum de imagens que entremeia todo o livro é composto por remendos, pedaços de uma memória que se pretende ora destruir por completo, ora regenerar cada parte. Ulisses, por sua ausência, encarna o papel de espírito da mágoa. As fotos dele aparecem rasgadas, riscadas, recortadas, manchadas de tinta. São registros de Penélope, que faz questão de lamentar e protestar a fuga do protagonista de sua odisséia pessoal e, por conseguinte, do coadjuvante que marcaria a trajetória da odisséia de seu filho.

A caminhada de Estéfano conduz o leitor a um mergulho no sujeito e na sociedade pós-modernos. Um tapa na cara a despertar a noção de diferença entre tradição e ruptura. Uma narrativa original conduzida com maestria por Mastroberti. Pelo livro anterior da série Reversões, Heroísmo de Quixote, a autora foi a segunda colocada no Prêmio Jabuti, de 2006, na categoria juvenil. Agora, Retorno de Ulisses é o prêmio da escritora para o leitor contemporâneo.

HQ, comics, mangá

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caarolparker
editou em:
15/01/2020 13:43:13

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