A cultura popular tem uma imagem distorcida do ateu. Muitas pessoas, até mesmo aquelas que pensam em viver sem religião, acabam contaminadas pelos preconceitos em torno do modo de vida sem fé. Geralmente associam o ateísmo ao pessimismo, arrogância, niilismo, traumas e pessoas anti-sociais. Neste ensaio, o filósofo Matheus Benites combate estes preconceitos, desmistifica como é ser ateu e mostra como o ateísmo pode ser uma alternativa melhor do que a religião para uma vida com autonomia, honestidade, realização e eticidade. Trazendo com didática primorosa os ensinamentos de grandes filósofos como Friedrich Nietzsche ou Albert Camus, assim como de cientistas contemporâneos como o neurocientista ateu Sam Harris e o psicólogo social Jonathan Haidt, Benites proporciona ao leitor um documento precioso que encapsula em poucas páginas os grandes problemas das religiões, do cristianismo ao islamismo e mesmo o budismo, demonstrando que a religião não detém monopólio da espiritualidade e questionando o preconceito de que a fé é o melhor caminho para uma sociedade ética. Nestas páginas, o leitor compreenderá como pode ser fortalecedor se libertar das tábuas morais de eras arcaicas para tomar as rédeas da própria vida. Em um mundo de tensões fundamentalistas, obsessão com a tolerância, ressurgimento da superstição e abundância de desonestidade intelectual, este ensaio é necessário.