Carlos não era mais um adolescente que se julgava apaixonado a cada meia hora. Para se realizar, precisava de um casamento sólido e tradicional, lar, filhos, correr para a praia nos dias de sol, acampar nas montanhas, coisas que uma família comum faria. Estava se preparando para aquilo, mas vivia a maior contradição de sua vida: Miriam Simões! Ele não sabia de onde vinha aquele fascínio que o envolvia e o emocionava tanto. Talvez fossem aqueles olhos grandes e expressivos, ligeiramente amendoados. Possivelmente aquela voz macia, aveludada, que parecia acariciar seus ouvidos, quando ela falava. Miriam tinha tudo que uma mulher poderia ter de melhor para oferecer a um homem, mas daquelas idéias liberais confundiam Carlos. Ela encarava seu tipo ideal de mulher, mas era tão moderna, tão independente e tão inteligente que o confundia. Tinha idéias próprias e punha em xeque tudo o que Carlos tinha em mente a respeito da função da mulher no casamento. Ele queria uma esposa, uma companheira, alguém que o esperasse à tarde com uma bebida, que aquecesse sua cama à noite, que cuidasse dos filhos que ele queria ter. Cada vez mais se inclinava para Regina Carvalho, uma mulher com um padrão de educação e comportamento que espelhava tudo aquilo que Carlos parecia desejar. Qual delas ele escolheria? A decisão era difícil, mas tudo se complicou, quando um rival surgiu para disputar o amor de uma delas!