1614, São Luís do Maranhão, Brasil.
Preso à boca de um Canhão, prestes a ser executado por sodomia por soldados franceses, Tybyra, Indígena Tupinambá, relembra a própria vida e propaga suas últimas palavras como se, depois de relâmpagos, o som dos trovões saísse de sua boca. Dramaturgia de estreia do artysta Potyguar(a) Juão Nyn, uma ficção sobre o primeiro caso de TBLGfobia com um nativo, documentado no país.
"A primeira narrativa sobre Tybyra, pela ótica indígena, futurista e brasileira, descristaliza o imaginário brasileiro sobre os povos originários. Uma constante desconstrução com boas doses criativas da realidade contemporânea. Uma narrativa inovadora e revigorante para quem busca sair das caixas discriminatórias de uma sociedade cinza, impedida de libertar suas peles coloridas, representadas em Abya Yala resistência da pluralidade.
Uma obra de linguagem própria, afetiva, com decolonialidade e ironia que denunciam a violência do Estado e da igreja sobre a liberdade dos corpos originários em 520 anos de Brasil, de racismo, de homofobia, de violência, de doenças, de roubo de territórios, de catequização e de etnocentrismo. Tybyra, o Tupinambá, simbolo e mártir de uma cultura em que a liberdade afetiva não acreditava no pecado, refém e prisioneiro da perspectiva não indígena, é libertado nesta obra."
Renata Aratykyra
Co-fundadora da Rádio Yande
Drama / Ficção / LGBT / GLS / Literatura Brasileira / Política / Religião e Espiritualidade / Romance / Sociologia