Poucos personagens das histórias em quadrinhos tiveram tanto êxito e foram tão cultuados nos anos 70 e 80 como Corto Maltese. Hugo Pratt fascinou gerações com seu herói calado, triste e sem causa a singrar mares crivados de piratas, participar de revoluções na Irlanda, a lutar na Ásia, África, América, envolver-se em magia negra, cabala, vodu. Errante e solitário, Corto Maltese seguia seus códigos muito especiais de honra e conduta.
Na herança dos grandes escritores de romances de aventura como Melville, Conrad e Stevenson, Pratt estendeu seu exercício e sua habilidade de quadrinista para a aventura do romance literário. UMA BALADA DO MAR SALGADO passa a ter esta impecável versão em romance. Corto, a bela Pandora, o temperamental Caim, o misterioso Monge, o famigerado Rasputin, Crânio, oficiais alemães... todos vivem uma trama instigante nos primórdios da Primeira Grande Guerra em ilhas esquecidas da Polinésia entregues a aventureiros e piratas. Nesta aventura amplificada pelo misterioso condimento da linguagem literária está todo o estilo, a trama, a construção de personagens que são essenciais à grande literatura.