Velhice no de senectute

Velhice no de senectute Alexandre de Oliveira Alcântara


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Velhice no de senectute


de marco Túlio Cícero




A possibilidade de uma vida longa, para um grande número de pessoas, é uma conquista recente da humanidade. Tal êxito ocorreu mediante um gradual e constante avanço da tecnologia, principalmente, médico-sanitária. No âmbito filosófico, é preciso ressaltar que, já na Antiguidade, a reflexão sobre o envelhecimento se fez presente. Marco Túlio Cícero (106-43 a.C.) escreveu De Senectute ou Catão, o Velho.

Velhice no De Senectute de Marco Túlio Cícero é um exercício de re­flexão sobre os conceitos de velhice conveniente e inconveniente, ex­postos no discurso de defesa dessa fase da vida contra as acusações que lhe são dirigidas. De Senectute é dedicada, por Cícero, ao seu amigo Tito Pompônio Ático, recém-chegado de Atenas. Cícero sugere o tema da velhice, pois ambos estão vivenciando essa fase da vida. A estrutura da obra é em forma de um diálogo entre o idoso Marco Catão (considerado modelo máximo da cultura romana) e os jovens homens públicos Lélio e Cipião. São discutidos os conceitos de velhice e juventude convenientes ou con­forme à natureza e o seu oposto, a velhice e juventude inconvenientes.

O De Senectute é uma bússola a guiar jovens e velhos no exercício de uma vida feliz e em harmonia com a natureza, afastando-os do conflito de gerações. O discurso de Catão revela que não viver de acordo com a natureza, respeitando o conveniente de cada uma das etapas da vida gera o conflito de gerações, e o consequente medo da marginalização social e política dos velhos. Segundo Catão, a velhice é acusada de ser uma fase da vida deplorável pelos seguintes motivos: a) afasta o homem dos negócios; b) torna o corpo mais sujeito a doenças; c) priva o homem de quase todos os prazeres e d) não está muito distante da morte. Catão produziu, então, a defesa da velhice e, pela lógica de sua argumentação, há a possibilidade de uma velhice feliz, que dependerá de como cada homem constrói o seu percurso de vida, pois a velhice digna é uma construção que exige muito esforço, bem como uma praxis e uma relação virtuosa entre jovens e velhos, todos aceitando os ditames da natureza para viverem a excelência de suas idades.

Na concepção estoica de Cícero, a velhice deve ser aceita por todos, pois é uma determinação da natureza. De Senectute permanece como obra funda­mental para se pensar as condições da velhice no mundo contemporâneo

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