São contos que trabalham as diversas personalidades humanas e todas as coisas (ou quase todas) que nos formam e perturbam: medo, loucura, ausência, amor, infância, maturidade, inícios, fins e, sobretudo, vida e morte.
Personagens de diferentes idades, sexo, profissões e memórias. Ao trabalhar de modo incessante nos textos de Alexandra, a memória tece a escrita junto com tantas outras coisas. E nessa tessitura, aparecem em acordo com a qualidade estética da autora, suas influências, suas leituras, seu universo de escritora e leitora: Borges, Kafka, Guimarães Rosa, Bolaño, entre outros.
Seus diferentes narradores, personagens, tempos e espaços mudam e ao mesmo tempo se mantêm fiéis à proposta da obra. Nas linhas de seu texto, vemos uma autora preocupada (e competente) na arte de nos fazer sentir. Sentir cheiros, gostos, temperaturas, sons e tudo o que nos cerca. Senti cada texto e gostei do que li.
A escrita é uma potência. Uma vertigem. Embora ela tenha diversos aspectos que são quase uma ciência e que compõem sua estrutura e natureza, existe um que faz tudo se tornar melhor: o talento. Indiscutível em Alexandra Lopes da Cunha, em Vermelho-goiaba
Contos