Lunar
Um dia o poeta
Apaixonou-se perdidamente
Pela lua.
Ela desolada e minguante
Ele cheio de amor, ela inconstante.
Apaixonado e esperançoso
Abria a janela do quarto escuro
E triste em que vivia
Esperando o seu toque lunar.
Sabia o poeta em seu infortúnio
Que apesar do amor impossível
Apareceria em breve o plenilúnio.
Eis, que em noite espetacular,
Ela correspondeu plena e bela.
Então se encontraram de madrugada
E fizeram amor na noite iluminada.
Caprichosa que é a lua,
Na noite seguinte
Com crueldade e requinte
Transfigurou-se em minguante!
Restou a ele mirar seu amor distante
A lua sombreada, impávida.
Poemas, poesias