As páginas desta obra foram construídas com crônicas inspiradas em entrevistas abertas, realizadas com mulheres anônimas de Nova Iguaçu do centro a regiões rurais -, que apesar de não terem rosto e nome divulgados ou noticiados, têm, em seu corpo e sua voz, as marcas do luz a que pertencem. Nos textos, um encontro de mim com doze mulheres. Um encontro do meu ser mulher com o delas, Uma travessia, na qual escuto suas narrativas e as reinvento. Nessa reinvenção, também sou uma personagem.
Conhecer a história de corpos femininos de Nova Iguaçu - inviabilizados pelo cotidiano, muitas vezes transformado em banalidade - resgata a memória desse território a partir da vida pessoal e da memória afetiva das protagonistas, em seus ofícios, em suas lutas, seus sonhos, suas dores e suas esperanças, no anonimato dos dias, que insistem em nascer, para que elas possam (re)inventar uma vida para si.