20 poemas para ler no bonde

20 poemas para ler no bonde Oliverio Girondo


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20 poemas para ler no bonde (Fábula)





Personagem central das vanguardas latino-americanas, o argentino Oliverio Girondo (1891-1967) é ainda mal conhecido no Brasil. Uma injustiça, e não apenas porque Girondo é um poeta de escrita singular e saborosa, mas também porque seu percurso guarda muitos pontos em comum com o Modernismo brasileiro e seus protagonistas, em especial com Oswald de Andrade. Com esta primeira tradução integral de 20 poemas para ler no bonde, livro de estreia de Girondo, o leitor brasileiro tem a ocasião de travar contato com uma figura de proa das vanguardas na margem de lá do Rio da Prata.

Nascido em Buenos Aires, filho de pais abastados, Girondo desde cedo viveu entre a Argentina e a Europa. Vida fácil, mas não fútil, uma vez que o jovem Girondo foi estudiosamente tratando de absorver o melhor das muitas correntes poéticas e artísticas que eclodiram à altura da I Guerra Mundial. Ao sabor das andanças, leituras e epifanias, foi tomando forma o lirismo destes 20 poemas para ler no bonde, publicados na França em 1922 e na Argentina em 1925. Lirismo globe-trotter, colhido em Buenos Aires, Paris ou Rio de Janeiro - a pé ou a bordo de um bonde. Lirismo callejero, urbano, antecipando o Breton de Nadja, para quem só na rua se dão experiências dignas do nome. Lirismo de vanguarda, alegremente disposto ao gesto de rebeldia e de ruído: "nenhum preconceito mais ridículo que o preconceito do Sublime". Mas, sobretudo, lirismo inaugural: pelo desejo de começar de novo, de escrever sem o fardo do passado, pela vontade de ver o mundo a uma nova luz.

Essa soma de desejos, Girondo a perseguiria durante toda a vida, fosse nos poemas vanguardistas de Calcomanías (1925) e Espantapájaros (1932) ou nos breves membretes que estampava regularmente em Martín Fierro (1924-1927), revista de vanguarda que ajudou a fundar e publicar, fosse num livro maduro como Persuasión de los días (1942) ou na experimentação tardia e radical de En la masmédula (1954).

Essa mesma ordem de ambições animou a obra fotográfica de Horacio Coppola (1906-2012). De modo análogo a Girondo, Coppola lançou sobre seu país natal um olhar nutrido por viagens europeias, no afã de capturar a vibração da Argentina da década de 1930. Sua obra-prima, o livro Buenos Aires 1936, é fruto de uma síntese muito pessoal de vida e de geometria. Para celebrar essa convergência de espíritos, esta edição de 20 poemas para ler no bonde é ilustrada por 22 fotografias de Coppola, tiradas em Berlim, Paris, Rio de Janeiro e, é claro, Buenos Aires.

Literatura Estrangeira / Poemas, poesias

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on 30/12/19


Livro interessantíssimo para se pensar. Como leitor brasileiro é difícil de não pensar os seus poemas em relação à poesia de Oswald de Andrade e à Antropofagia. Suas imagens urbanas são cheias de energia vital e sexual, em uma visão na maioria das vezes bastante otimista pela força de vida que carrega. Essa sexualidade presente em grande partes das imagens não poupa nem mesmo as imagens ligadas às tradições cristãs, e em vários momentos ganha tons de provocação, às vezes soando um t... leia mais

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