Os homens se esbarram a todo tempo.Se encontram, desencontram , se iludem.
Antônio é apenas um indíviduo, perdido entre tudo e todos. De sua condição fragmentada, verbaliza suas reminiscências aspirando a um futuro tardio.
Ao assumir o seu desespero , Antônio se aproxima do carater tragico da existencia, realizando um salto vertiginoso com destino ao incerto.
Ao saltar por sua propria condição, Antônio visualiza a possibilidade extrema de reaver um sentido para sua vida: a transgressão do tempo linear.
Trata-se agora de valorizar os nuances, exacerbar os minutos e ver nascer um mundo novo que o afasta momentaneamente do convivio com os seus iguais.
"Marcelo fala dessa dimensão da vida e faz dela o ambiente de um personagem que nos lembra Antoine Ronquentin de A Náusea(1938), magnífico romance de Jean-Paul Satre(1905-1980). Ronquentin mergulhou na mais aguda angústia quando se perguntou sobre o mundo em que vivia, quando tentou chegar a uma razão para tudo que se passava. O Livro nos recorda também os romances intimistas de Albert Camus, nas quais a literatura é arte que se exercita na primeira pessoa, um megulho no mais íntimo de nós que acentua o caratér trágico de uma existência que se vive na primeira pessoa."
José Mauricio de Carvalho-UFSJ