Uma tarde,saímos ao jardim e, durante muito tempo,fiquei ajudando minha ama a colher flores.[...]Ao nos retirarmos,sem consciência realmente do que fazia,peguei uma folhinha,uma folhinha qualquer de botão de gerânio.Essa malva doce extremamente cheirosa ia em minha mão,junto com sei lá mais o que levava.Distraído com meus versos de memória,seguia minha sinhá à distância de dois ou três passos e caminhava tão alheio a tudo que ia despedaçando a folha,do que resultava maior fragrância.Ao entrar em uma antessala,não sei com que motivo minha sinhá retrocedeu.Eu lhe dei passagem mas,ao pasar por mim,lhe chamou atenção cheiro.Imediatamente colérica,com uma voz fortissíma e alterada,me perguntou:"O que tens nas mãos?Fiquei morto.Meu corpo gelou-se em um instante e, sem poder quase ficar de pé pelo tremor que me deu em ambas as pernas,deixei cair a porção de pedacinhos no chão.Ela me tomou as mãos e as cheirou pegando os pedacinhos, eles pareciam um montão, um matagal, um atrevimento. Quebraram meu nariz. ..."
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