Proferida por uma espécie de pugilista que precisa explodir através de palavras, a escrita parte de Arthuso como uma forma de expurgo, no entanto, é até curioso a quantidade de vezes que me pego sorrindo ao ler os seus poemas. E não sorrio por haver humor em seus versos, embora em alguns momentos ele esteja presente, mas porque neles é possível perceber a poesia respirando e cumprindo o seu papel num tempo em que tudo parece conspirar para assassiná-la.
A poesia de Joe Arthuso é uma maneira de compartilhar, por meio das palavras, a solidão, a melancolia proveniente da vida urbana, e de enxergar, em meio a um mundo caótico, uma essência bela bestificada dentro de nós, como o faz perfeitamente quando escreve: “um canário de metal/ pousa no meu ombro, / eu vislumbro um oceano".
Matheus Peleteiro - Escritor.
Poemas, poesias