A calçada, beirando a rua, é o nosso primeiro contato com o mundo. É também onde criamos não a primeira, mas a absoluta noção do que é a amizade. Após adulto, a calçada passa a ser um lugar de nossa memória, a âncora onde a gente sempre se agarra quando o agora machuca. Toda calçada se parece com juventude.
A CALÇADA é talvez o livro mais terno que William Eloi já escreveu. Ao longo dos contos, o autor nos oferece resvalos dessa memória de sua juventude: seus amigos, o bairro de suas memórias afetivas, o mundo que girava em volta das calçadas de sua rua, de seu mundo.
O que se tem em mãos é, na verdade, um inventário de lembranças, tão verdadeiras quanto inventadas e tão familiares que já nem pertencem mais ao autor, mas à vida de quem adentrar estas páginas.
Christi Rochetô
Escritor norte-rio-grandense
Contos