O CONDESE criou uma elite pensante. E, na minha opinião, ao fazer isso, ele avançou mais do que podia. Do que os limites que a prática administrativa permitia. Nenhum Governador gosta de perder o poder; ele acha que o Estado é uma propriedade pessoal ou, se não é, está sob sua custódia, sob sua guarda e ele usa a caneta como instrumento de comunicação entre ele e a sociedade. Nenhum governante, afora José Rollemberg Leite, tinha entendido o Estado como um ente social ou a representação jurídica e política da sociedade. Logo, a serviço dela e não ao contrário, ela a serviço deste. Então, a criação de uma elite dentro do CONDESE extrapola o espaço que os técnicos do GOVERNO têm secundariamente em qualquer processo de gestão administrativa. De outro lado, toda Secretaria tinha um pessoa que era referência dentro dela e que representava a continuidade. Com o CONDESE foi diferente, porque havia não uma pessoa que figurava como porta-voz de quem mediasse o eco com o governo ou com a figura do governador. O CONDESE tinha uma elite, um grupo que trazia pela primeira vez a interdisciplinaridade da visão sobre a realidade. Não era uma equipe somente de economistas [...]
Luiz Antônio Barreto
Economia, Finanças / História