A criação Segundo Freud

"Tudo que não ficar claro neste livro" - dia Francisco Daudt da Veiga - "fui eu que não soube explicar". É difícil a gente encontrar um autor assim, capaz de assumir um compromisso tão radical com o uso de uma linguagem tão acessível.
O livro quer ser compreendido por todos, para ser discutido por todos. Seu esquema é simples: ele se dispõe a aplicar os conceitos e teorias de Freud ao exame das experiências que vão sendo vividas por uma criança ao longo dos seus primeiro anos, durante a formação da sua "alma".
Francisco Daudt da Veiga aproveita as observações feitas em seu trabalho como psicanalista, desenvolve suas próprias interpretações dos textos de Freud (que frequentou com assiduidade e desenvoltura) e não perde de vista, em nenhum momento, o compromisso didático que assumiu quando se dispôs a escrever o livro.
Nas páginas deste volume, o leitor se defrontará com questões instigantes como: em que consiste a "função da mãe"? O que a distingui da "função de pai"? O que caracteriza a "fase oral"? O que aconteceu na "fase anal" e na "fase fálica"? Qual é a natureza do "complexo de Édipo"? E: como podemos deixar de ser objetos e de que modo passamos a ser sujeito da nossa cultura?
As respostas a essas perguntas não são peremptórias, finais e conclusivas.
Francisco Daudt da Veiga expõe seu ponto de vista pessoal, interessado em mexer com a cabeça dos leitores, num movimento de provocação democrática. Ele nos dia aliás: "Estou convencido de que escrever um livro sobre a construção e funcionamento da alma é um ato político".