A cripta dos capuchinhos

A cripta dos capuchinhos Joseph Roth


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A cripta dos capuchinhos





Joseph Roth escreveu A cripta dos capuchinhos no exílio e publicou-o em 1938, um ano antes da sua morte. Somente em 1950, no entanto, ele pôde ser editado na Alemanha.

A cripta dos capuchinhos é o relato autobiográfico de um descendente da família Trotta, cujo destino Joseph Roth entrelaçou em seu famoso romance A marcha de Radetzky. A princípio, seu relato confronta-se com a vida despreocupada e inútil da juventude aristocrática de Viena, anterior à primeira guerra mundial. Com o deflagar da guerra vemos aflorarem as dúvidas de Trotta, que é impelido a escolher entre o regimento de gala, da aristocracia à qual pertence, e outro, formado pelos cidadãos comuns, a gente do povo. Optando pela decadência, pela fragilidade e pela recusa, em vez do progresso, da força e da imposição, Joseph Roth nos mostra o isolamento de um indivíduo sensível que pertence a uma geração ainda inconsciente da derrocada dos seus valores, da falta de sentido de suas crenças.

Através de um pequeno número de personagens, Joseph Roth nos oferece todo o panorama de uma época de transição, desiludida do passado e temerosa do futuro. Com refinamento e limpidez, tristeza e segurança, vemos desfilar personagens como o Conde Chojnicki, revoltado e idealista defensor das pequenas nacionalidades do Império; Elizabeth Trotta, esposa do protagonista, fútil e dominada por uma amiga "emancipada"; seu sogro, enriquecido pela indústria da guerra, e a Sra. Trotta, forte personagem feminino, símbolo de sobriedade e esperança.

Como só os grandes escritores, Joseph Trotta nos torna evidente o íntimo laço que existe entre o esfacelamento de uma identidade nacional e a própria fragmentação das individualidades. Essa questão chega ao ápice com a ascensão do nacional-socialismo alemão, germe do nazismo, terminando o romance em inesquecível cena final.

Se A Marcha de Radetzky era o canto da monarquia austro-húngaro, A Cripta dos Capuchinhos é o seu acorde final. É preciso ler este livro linha por linha e não se deixará de admirar a arte e maestria com que Joseph Roth aqui escreveu, de forma crítica e no entendo com profunda compaixão humana, a última fase trágica de uma sociedade arruinada.

Literatura Estrangeira

Edições (4)

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Resenhas para A cripta dos capuchinhos (1)

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on 25/1/22


Joseph Roth nos introduz no período chamado de Belle Epoque, a época de ouro da civilização europeia. A história se passa no início da primeira década do século XX em Viena na Áustria e é contada pelo ponto de vista de aristocrata austríaco que leve uma vida hedonista e sem responsabilidades. Uma história triste e angustiante que monstra o fim de uma era(era dos Impérios) e o nascimento do mundo moderno e como as pessoas ficaram deslocadas e perdidas nesse período. Leitura fascinante ... leia mais

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Luísa Coquemala
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Helena
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