É a história da odisséia que levou a Argentina à miséria depois de 70 anos de rápido e notável crescimento, entre 1860 e 1930. Vieram então 70 anos de estagnação e caos. O país, que no início do século XX era mais rico do que a França, a Itália e a Suécia, é agora um país falido.
Essa transformação inacreditável nunca poderia ter ocorrido sem Juan e Eva Perón, mais todos os erros cometidos pelo populismo, nacionalismo, protecionismo e governos cada vez mais corruptos. Após décadas de disputas distributivas destrutivas, inflação galopante, escândalos políticos sem comparação e reformas fracassadas, a Argentina está atualmente numa encruzilhada dramática.
O livro do professor Mauricio Rojas* é uma resposta contundente, simples e convincente às alegações de que a crise econômico-financeira da Argentina teria sido causada pela utilização de uma política soi-disant ‘neoliberal’. O autor mostra de forma sintética e muito clara que, ao contrário das alegações da esquerda, a crise argentina foi promovida, alimentada e levada a conseqüências dramáticas pelo intervencionismo estatal que tentou, durante muito tempo, sem êxito, substituir as forças espontâneas de mercado. O intervencionismo foi de tal dimensão que acabou com a instituição do Estado de direito, ignorando a história do próprio país que teve sua prosperidade do passado graças às condições criadas pelo próprio Estado de direito.
(*) Mauricio Rojas é professor adjunto de História Econômica, vice-presidente do think tank Timbro, de Estocolmo, e diretor do Centro de Reforma do Sistema Beneficente sueco da mesma instituição.