Em 1926, lá pras bandas do Capoeirão do Diabo, uma menina de franja curta e cabelos na altura da bochecha chamada Araceles foi levada de sua casa por uma bruxa perversa de dentes podres e fala difícil. Depois de dois dias trancada numa jaula, conseguiu fugir e aprisionar a bruxa com a ajuda de uma moça que tinha cascos no lugar das mãos. Mas antes de cruzar o Rio da Estrela e da Cruz que a levaria de volta para casa, Araceles ainda teve tempo de ouvir a maldição da bruxa: “Fumaça das trevas, demônios do mal, saiam das chamas e persigam essa tal”.
Sessenta anos depois, a pequena Araceles virou Dona Céles; ainda assim, aquela maldição a alcançou. A bruxa conseguiu se libertar e, como vingança, carregou para o Capoeirão do Diabo sua neta Julinha, deixando para trás um recado na forma de uma rosa azul que permaneceria viva por três dias.
Doente, sem poder fazer nada mais, Dona Céles entregou a seus outros netos, Pilo, Caloca e Bibi, as únicas coisas que tinha para lutar contra a bruxa: um diário e uma garrafa vazia. E foi assim que o “Trio Furacão” deixou a cidade de São Paulo e se embrenhou pela pequena cidade de Perdões, em busca de uma bruxa que não tinham certeza de que existia para encontrarem sua prima Julinha antes que aquela rosa azul perdesse suas pétalas.
De narrativa quase ingênua, A Cuca convida para um passeio cheio de saudade pelo Brasil da década de 1980. Mergulha na música de Cindy Lauper ouvida em fitas K7 no toca-fitas de um GOL GTS; convida a lembrar dos domingos no Playcenter ou dos passeios de bicicleta Ceci, daquela com cestinha. Lembram?
A Cuca também convida a um passeio pelo folclore brasileiro, em uma brincadeira divertida da qual participam o Saci, a Matinta-Perêra, a Iara, o Curupira, o Caipora além, é claro, daquela bruxa fedorenta de dentes podres, a tão temida Cuca!
É melhor se esconder, ou a Cuca vai pegar você!
Aventura / Fantasia / Ficção