A entrevista de Franco Borgogno sobre a “psicanálise como percurso recíproco de analista e analisando” é uma metáfora fascinante do caminho em direção ao conhecimento de si, que de forma correta se desenvolve no interior da análise. Percursos, viagens e a idéia de pesquisa de um objeto ideal não são metáforas raras na literatura e na mitologia, nem mesmo o trajeto como alegoria da descoberta da própria verdade. Borgogno encontra-se em ótima companhia ao se entregar a essa metáfora para simbolizar o trabalho psicanalítico e falar sobre ele nos termos de dois percursos, aquele do analista e aquele do analisando, para a descoberta dos respectivos mundos internos que se despertam e emergem no espaço interpsíquico criado por cada encontro analítico. A particularidade desta entrevista é que o Autor, sendo simultaneamente analisando e analista, oferece com profundidade e frescor uma fenda sobre como, a partir de fatos e razões de vida, seja constituída a singular visão da psicanálise que cada psicanalista alcança no topo de sua maturidade profissional.