O livro aponta a ambiguidade, o jogo de paradoxos, a meia-luz que são as tintas em branco e negro que compõem o texto clariciano. A partir do conceito dialético de melancolia, do filósofo alemão Walter Benjamin, a autora analisa tanto as personagens quanto as cenas que compõem o universo ficcional de Clarice. Ao desvelar a dupla face da melancolia na escritura clariciana com seus movimentos de dor e êxtase, de luz e sombra, de mutismo e palavra, o livro vai além: ele transforma a melancolia num sentimento contemporâneo, alegorizando, tal qual Benjamin no drama barroco alemão, um momento histórico carregado de matizes, incertezas e transições.
Literatura Brasileira